Os ferimentos que marcam nossas vidas e não cicatrizam são os que mais doem
Mas se eles cicatrizassem eu me sentiria morto por dentro
O coração é despedaçado numa situação tão cotidiana que ninguém repara
E a verdade é que ninguém quer notar justamente por não querer se comprometer
O vento leva a dor pra longe, mas ela volta num instante, não foge
A chuva dá a impressão de que nosso medo é passageiro
Mas ele permanece intenso de tal forma que o coração gela e, mesmo assim, dispara
E como a felicidade estaria presente se eu pudesse deixar de perceber
Ela sai das sombras, nem dá pra sentir o calor pelo pouco tempo que ela esteve aqui
Sofro como alguém que tenta, isso me faz fraco e fere o meu ego
O mundo desaba quando ela vai embora, mas ele não me acolhe de qualquer jeito
Te dou um abraço curto, porém afável, mas você nem sequer sente nada
Algo inalcansável me tornou o que sou hoje, num túnel sem luz no fim
Pele branca como a neve e cabelos negros como a noite fria de inverno
Gostaria de descobrir como eu sinto falta de algo que não tenho
Continuo esperando por uma chance de demonstrar que não sou só uma sombra
A dor é constante e vicía como uma droga, não tem como desistir dela de repente
A vida não tem sentido, mas sinto que é pela sua presença que eu ainda vivo
Eu consigo ver que a única sensação real é a dor de não poder
Mesmo assim ainda respiro e sangro um triste suspiro
Ela tem uma beleza tão intensa que chega a ser quase perfeita, isso me prende
Tento descobrir o que me tornei, desesperadamente, sem sucesso
Como um sol ofuscante ela me intimida, me esfola vivo e me joga fora sem querer
Continuo me afundando na minha perda, sei que esse é o meu destino
segunda-feira, 24 de maio de 2010
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