
Não dá para acreditar na desvalorização dos profissionais da comunicação no mercado brasileiro. Com 8 votos a 1 (de Marco Aurélio de Mello, que defendeu a Lei de Imprensa, entre outras coisas que sou contrário), o elitista STF decidiu que o diploma de jornalista não é mais obrigatório para exercer a profissão... Isso com fins obviamente lucrativos, já que "qualquer um" podendo exercer o jornalismo, a mão de obra barata e não-diplomada estará disponível no mercado.
O pseudo-jornalista não-diplomado Cacau Menezes comemorou em sua coluna social de sexta-feira no DC como se tivesse vencido uma guerra, dizendo absurdos como: "o choro é livre", "como foi bom ter visto os inimigos chorando por um diploma" e "os cães ladram mas a caravana passa", portanto ignoremos esse sujeito que defende apenas seu próprio interesse. Jornalistas de verdade e pessoas com discernimento, por sua vez, tem opiniões mais interessantes e sensatas. Prefiro ler comentários como o de Moacir Pereira, no mesmo jornal DC de sexta-feira, que crítica a decisão com termos como: "qualquer analfabeto pode exercer a profissão de jornalista" e "é um retrocesso inconcebível do supremo aprovar isso". Como diz o Zé Dassilva: "agora, ser jornalista, é igual a ser Presidente da república. Não precisa de diploma."
Já foi um parto a corte decidir abolir a retrógrada e hipócrita Lei de Imprensa, na ativa desde 1969. Agora a mesma corte decide tirar a obrigatoriedade do diploma de jornalismo no fatídico dia de 30/04/2009, com Gilmar Mendes desdenhando da profissão do jornalista, considerada por mim essencial para o desenvolvimento de uma sociedade. Queremos apenas que justiça seja feita e nosso diploma seja obrigatório. Teremos que protestar por um direito que já era nosso?
Acredito que a comunicação social em si (incluindo publicidade e cinema) é um ramo profissional sério, e deve ser tratada como tal... Não é qualquer um que vai ver o mundo com o olhar jornalístico. Portanto essa decisão do STF é uma piada de mau gosto. Os jornalistas brasileiros estão de luto.
Mas nem tudo está perdido. As empresas sérias, que sabem da importância do jornalista e acham válido o investimento nesse setor, irão cobrar o diploma. Esse é o nosso diferencial. A nossa experiência na faculdade e o nosso aprendizado é algo que o STF nunca irá nos tirar.
Você se arriscaria a contratar alguém sem diploma, inexperiente e com um custo menor ou contrataria uma mão de obra com formação acadêmica?