
Esse pode ser considerado um dos musicais mais conceituais, inteligentes e loucos que já fizeram (é raro um filme musical prestar), Bob Geldof teve uma atuação exemplar num filme psicodélico e detalhado como este, regado à muito rock progressivo e mensagens subliminares. O filme conta a história de Pink, um garoto que perde o pai na segunda guerra mundial, é abusado na escola pelo autoritarismo do professor e tem poucos amigos, se torna um roqueiro que ao se divorciar entra num mundo de drogas e rebeldia, tentando até cometer suicídio. Cenas geniais como a da escola, das crianças indo para o moedor, das animações (como a das flores), cenas que criticam o nazi-fascismo (como a do grupo "hammer", na qual ele imagina ser um líder neo-nazista durante uma alucinação provocada pelas drogas).
O filme, na verdade, é uma espécie de autobiografia camuflada de Roger Waters (que perdeu o pai na Segunda Guerra) e Syd Barret (abusos com droga e esgotamento mental), a história é contada na maior parte pelas imagens e pela trilha sonora, o filme quase não possuí diálogos.
Uma pena que os musicais não tenham uma qualidade semelhante, na sua grande maioria, realmente uma obra para se pensar e viajar...